Por que alguns personagens de The Boys resistem tanto dano?

O segredo está no Compound V e em suas doses

Em The Boys, a invulnerabilidade não vem de raios cósmicos ou mordidas de aranha: ela nasce do Compound V, um soro azul criado pelo cientista Frederick Vought. Injetado principalmente em bebês, o composto altera o DNA e transforma tecidos humanos em algo quase indestrutível.

Doses puras geram supes de elite; versões diluídas criam heróis comuns. Essa diferença explica por que Homelander e Rainha Maeve sobrevivem a explosões que destroem quarteirões, enquanto outros supes morrem com um tiro bem colocado.

Homelander é o exemplo máximo. Criado em laboratório com uma dose maciça de Compound V, ele nasceu rasgando a mãe ao meio. Sua pele desvia balas de canhão, resiste a quedas de aviões e ignora explosões capazes de derrubar edifícios. Na primeira temporada, atravessa paredes de concreto a velocidade supersônica sem um arranhão.

Testes internos da Vought concluíram que apenas uma bomba de hidrogênio poderia matá-lo.

Mesmo assim, olhos e ouvidos continuam vulneráveis — um detalhe que a série usa para lembrar que ele não é deus, apenas um homem quebrado dentro de um corpo perfeito.

Rainha Maeve, a “Wonder Woman” cínica dos Sete, também recebeu Compound V ainda no útero. Ela para caminhões blindados em alta velocidade, divide vans ao meio e tanka rajadas de metralhadora sem sangrar. Na primeira temporada, segura um ônibus escolar em colapso e quebra o braço em quatro lugares — mas o osso nunca cura direito. Na terceira, sobrevive à explosão nuclear de Soldier Boy e à visão de calor de Homelander, que derreteria aço. Sua durabilidade tem limite: perde um olho para Black Noir e sente cada hematoma, prova de que até amazonas sangram.

Soldier Boy, o primeiro super-soldado americano, representa a fórmula original dos anos 1940. Torturado por décadas pelos russos com maçarico, ácido e tiros na boca, ele nunca morreu. Na terceira temporada, acorda de uma câmara criogênica, esmaga crânios e troca socos com Homelander sem recuar. Sua radiação depodera outros supes, mas sua pele resiste a tudo — exceto gás Novichok. É o tanque definitivo da era da Guerra Fria.

Stormfront, a primeira supe bem-sucedida, viveu cem anos graças ao V puro. Tankava explosões, regenerava membros e voava entre raios de plasma. Só morreu quando o laser de Ryan, filho de Homelander, a carbonizou — novamente, olhos foram o ponto fraco.

Kimiko, dos Boys, segue outro caminho: regeneração acelerada. Sobrevive a tiros na cabeça, explosões que abrem seu torso e até ser cortada ao meio. Quando Soldier Boy remove temporariamente seus poderes, uma nova dose a traz de volta mais forte. Ela não é à prova de balas, mas cicatriza antes de sangrar até a morte.

A-Train e Translucent mostram o outro lado: durabilidade limitada. A-Train sofre infartos por overdose de V; Translucent tem pele de diamante, mas explodiu com um explosivo no reto. Até os “fortes” têm fraquezas.

Compound V não cria deuses perfeitos — cria armas corporativas. A série usa essa resistência física para escancarar fragilidades emocionais: quanto mais blindado o corpo, mais podre a alma. Homelander chora leite materno; Maeve bebe para esquecer; Soldier Boy é um bully preso nos anos 50.

A verdadeira mensagem de The Boys é que o dano que realmente importa não deixa marcas na pele.

Compartilhe esse artigo com aquele amigo que ainda acha que super-herói invencível é legal — depois de The Boys, ele nunca mais vai ver Homelander do mesmo jeito.


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