Reinvenção sombria: por que o Frankenstein de Guillermo del Toro na Netflix está causando tanto impacto

O icônico monstro de Mary Shelley renasce nas mãos de Guillermo del Toro em uma versão emocional e visualmente arrebatadora. No novo Frankenstein, Jacob Elordi assume o papel da criatura com uma caracterizaçāo tão intensa que exigia até 11 horas por dia de maquiagem e próteses para dar vida ao seu corpo costurado e marcado.

Del Toro optou por enfatizar a humanidade da criatura, mais frágil e bela do que aterrorizante. A pele da criatura é retratada como quase translúcida, marcada por diferentes tons e texturas, refletindo sua origem voltada para o mito e para a tragédia existencial — não apenas para o terror clássico.

Fonte: Netflix / Divulgação

Oscar Isaac interpreta Victor Frankenstein e descreve a produção como uma das experiências mais prazerosas que já viveu. Segundo ele, o material é sombrio, mas as filmagens foram “repletas de alegria” — uma dualidade típica de Del Toro, que sempre combina horror com poesia.

Nos bastidores, houve momentos curiosos: Del Toro usou uma piada em espanhol envolvendo um rato e um leão para guiar emocionalmente a atuação de Isaac, reforçando a complexidade entre paixão, medo e criação.

Já a transformação de Elordi foi corpo e alma. Além das próteses, o ator revelou que perdeu peso significantemente antes do filme, sofrendo fisicamente, mas considerando esse sacrifício essencial para transmitir a dor e a vulnerabilidade da criatura.

Essa abordagem emocional se reflete claramente nas decisões de Del Toro: ele afirma que não está fazendo um filme de terror, e sim uma história íntima sobre paternidade, abandono e criação. Essa visão ressoa fortemente quando pensamos na relação entre criador e criatura, olhando para além do monstro para a tragédia humana.

O reboot estreou primeiro em salas selecionadas e agora está disponível no catálogo da Netflix, ampliando o alcance. O elenco também é de peso: Mia Goth interpreta Elizabeth, enquanto nomes como Christoph Waltz completam o time com presença dramática e rotação gótica.

No fim das contas, esse Frankenstein é mais do que nostalgia ou reinterpretação: é uma crônica sobre o que significa criar vida e lidar com as consequências. Para fãs de horror, filosofia e cinema visualmente ousado, essa versão nova promete entrar para a história — tanto da Netflix quanto da tradição dos monstros clássicos.

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