O sucesso estrondoso de O Telefone Preto (2022) e a performance sólida de sua sequência reacenderam a discussão mais sombria do universo geek: teremos um terceiro filme?
Em meio à pressão natural dos estúdios por franquias rentáveis, o diretor Scott Derrickson, mente criativa por trás da saga, estabeleceu uma condição clara e inflexível.
Ele afirmou que só retornará para O Telefone Preto 3 se houver uma ideia narrativa "forte e inspiradora" que justifique a continuação da história.
Derrickson fez questão de separar o desejo de Hollywood de criar franquias da sua responsabilidade como cineasta de entregar uma obra completa a cada novo projeto.
Sua prioridade é a qualidade da história, não a obrigação de dar sequência a um sucesso comercial.
A exigência por uma história autêntica
A condição imposta por Scott Derrickson é uma garantia de integridade para os fãs de terror.
O diretor enfatizou que a única coisa que ele não faria seria repetir a fórmula, criando novas regras para o Sequestrador apenas para preencher uma agenda de lançamentos.
"Se for para haver mais, tem que existir uma razão para isso", disse ele em entrevista, reconhecendo o trabalho dos estúdios em buscar franquias.
Ele reforça que seu interesse está em ver abordagens ousadas e surpreendentes, que movam o terror adiante.
Para ele, é essencial que qualquer continuação se sinta como um capítulo único e necessário, e não uma mera repetição de temas ou sustos anteriores.
Este compromisso com a novidade é o que pode elevar a saga a um patamar de clássicos do gênero que ele admira, como Halloween ou A Hora do Pesadelo.
Sucesso de bilheteria e a conversa nos bastidores
Apesar das ressalvas criativas de Derrickson, o lado financeiro da franquia é inegavelmente forte e pressiona por um novo filme.
O Telefone Preto original, com um orçamento modesto de US$ 18,8 milhões, arrecadou impressionantes US$ 161,4 milhões mundialmente.
A sequência, O Telefone Preto 2, também demonstrou vigor, superando a abertura do primeiro filme nas bilheterias, com um orçamento de US$ 30 milhões.
Este desempenho comercial torna a produção de um terceiro filme plausível e altamente desejável para a Blumhouse, o estúdio por trás da franquia.
O co-roteirista C. Robert Cargill admitiu que a ideia de uma trilogia já foi discutida internamente, mas manteve o tom cauteloso.
Segundo Cargill, o futuro da saga dependerá diretamente da reação do público e da demanda do mercado pela continuação.
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| Fonte: Universal Pictures / Divulgação |
A inspiração de Joe Hill e o destino do sequestrador
Um fator que reacende as esperanças de uma história forte para O Telefone Preto 3 é a fonte original da ideia.
A sequência O Telefone Preto 2 nasceu após um telefonema de Joe Hill, autor do conto original e filho de Stephen King, que sugeriu o enredo.
Essa colaboração bem-sucedida entre o cineasta e o autor pode se repetir, gerando uma nova ideia que atenda às exigências de Derrickson.
Outro ponto de interesse é a participação do ator Ethan Hawke, o Sequestrador, que manifestou grande entusiasmo em retornar.
Hawke sugeriu que a próxima narrativa poderia explorar a origem do vilão ou seu destino pós-morte, levando a trama "para o inferno com o Sequestrador".
A ideia de aprofundar a natureza sombria e talvez demoníaca do antagonista, ligando-o a um "nono círculo do Inferno", abre um vasto leque de possibilidades narrativas.
Esta abordagem poderia justificar uma expansão mais ousada e surpreendente que o diretor Scott Derrickson tanto valoriza.
O desafio de ser diferente e surpreender
O diretor Scott Derrickson reconheceu que O Telefone Preto 2 recebeu algumas críticas por se afastar do estilo mais contido e claustrofóbico do original.
O segundo filme expandiu a ambientação para paisagens abertas e gélidas, além de introduzir novos elementos sobrenaturais para a trama.
Derrickson defendeu essa diferença, afirmando que a abordagem mais ousada e a busca por algo que surpreenda o público são válidas e essenciais para ele.
A condição para O Telefone Preto 3 é, em essência, a busca por uma história que não apenas honre o legado do primeiro filme, mas que tenha a coragem criativa de desviar-se dele.
O sucesso da franquia está atrelado à integridade criativa de Scott Derrickson e C. Robert Cargill.
Portanto, o retorno de O Telefone Preto 3 não será uma decisão forçada, mas sim o resultado de uma ideia forte o suficiente para superar as expectativas e o ceticismo do próprio diretor.
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